07/12/2009

Herói esquecido


Quando a angústia  percorre as ruas da noite
Solidária e sem fio de luz,
O velho soldado trepa, a passos lentos
A picada  africana, sempre presente
em cada esquina e em cada som.

Só, tão só
que se pode ouvir os fantasmas
há muito clientes da  sua mente.

A solidão da rua
é a busca da paz
Sempre ausente.

Na escuridão do dia
A angústia
é o elo da corrente
Que o agrilhoa ao passado.

O herói continua o esquecido da cidade,
Esquecido de si próprio,
Esquecido de viver.
Morto lá longe,
Onde o tormento se plantou
Em cada poro da sua pele,
Como erva daninha,
capim, embondeiro, palmeira...

A noite aparece em flashes
e a noite explode em clarões
de morteiros e granadas...
E a manhã deste homem
Explode, sempre, sempre
Em vazios de nadas!

3 comentários:

  1. Hoje estava um saco cheio de jornais arrumadinho à porta do prédio: uma visão estranha que fazia muita gente parar e espreitar... Tendo regressado este fim-de-semana duma visita a uma pessoa de família que 'entrou' num lar de 3ª idade, não sei o que é preferível: a segurança do lar ou a liberdade da rua... Isto é, sei: acredito que há um ponto intermédio entre esses extremos, não?

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  2. acho que de facto tem de haver um livro para que muita gente possa ler isto e outras coisas mais.
    adorei mesmo

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